A humanização do parto não significa mais uma nova técnica ou mais conhecimento, mas, sim, o respeito à fisiologia do parto e à mulher.
Muitos hospitais e serviços médicos ignoram as
regulamentações exigidas pela Organização Mundial de Saúde e
Ministério da Saúde, seja por querer todo o controle da situação do
parto, por conveniência dos hospitais em desocupar leitos mais
rápido ou por comodidade de médicos e mulheres em que no mundo atual
não se pode perder muito tempo.
Mas a ciência vem
comprovando que o excesso de intervenções tecnológicas durante o
parto pode não ser tão seguro em partos de baixo risco.
Já
se provou que as parteiras são mais seguras que os médicos nos
nascimentos de baixo risco, e que neste mesmo nascimento de baixo risco
o parto domiciliar ou em Casas de Parto são tão seguros quanto
os realizados nos hospitais e maternidades, com a vantagem de não
realizarem tantas intervenções, pois o parto é mais natural.
O
acompanhamento familiar deixa a parturiente mais tranqüila, tornando
o parto mais seguro, ao constatar que a equipe especializada dos
hospitais não consegue oferecer o suporte emocional que a
parturiente necessita.
A posição deitada substituiu o parto
vertical para melhor controle médico, mas a posição vertical é mais
segura tanto para a mamãe quanto para o bebê, além de ser mais
rápida. A presença do bebê junto à mãe após o parto é tão ou
mais importante para o vínculo afetivo dos dois do que os exames
realizados no bebê depois do parto e longe da mãe.
Mais do que
após o parto, a presença do bebê junto à genitora no quarto é
fundamental para o conhecimento de ambos, maior vínculo afetivo e
amamentação prolongada. O leite artificial substituiu o leite
materno e está provado que o aleitamento materno é superior nas suas
qualidades.
Humanizar o parto é dar liberdade às escolhas da
mulher, prestar um atendimento focado em suas necessidades, e não em
crenças e mitos. O médico deve mostrar todas as opções que a mulher
tem de escolha baseado na história do pré-natal e desenvolvimento
fetal e acompanhar essas escolhas, intervindo o menos possível.
É
a mulher que deve escolher onde ter o bebê, qual acompanhante quer
ao seu lado na hora do trabalho de parto e no parto, liberdade de
movimentação antes do parto e em que posição é melhor na hora do
nascimento, direito de ser bem atendida e amamentar na primeira meia
hora de vida do bebê. Para isso, é fundamental o pré-natal.
A
dor é entendida como uma função fisiológica normal que pode ser
aliviada com métodos não-farmacológicos amplamente embasados, mas
não quer dizer que a mulher não tenha a escolha de optar pelo uso de
analgesia.
Isso não significa que o parto cesárea ou com
intervenção médica não possa ser humanizado. O parto cesárea existe
para salvar vidas, mas não deve ser a grande maioria dos partos como
acontece hoje e sim como em último caso. Isso também deveria
acontecer com as intervenções médicas que somente devem ser
aplicadas quando necessárias ou quando de escolha da mulher se bem
orientada quanto a essas intervenções.
O Parto Humanizado
significa direcionar toda atenção às necessidades da mulher e
dar-lhe o controle da situação na hora do nascimento, mostrando as
opções de escolha baseados na ciência e nos direitos que tem.
Por Bruno Rodrigues
O parto humanizado em Maceió
O tratamento humanizado se
constitui em vários procedimentos que fazem com que a mulher e o bebê
não sofram tanto no momento do parto, como a presença de acompanhante no
momento do parto; a abolição da lavagem intestinal e da raspagem dos
pelos pubianos; a separação entre o bebê e a mãe após o parto, entre
outros procedimentos.
Os especialistas dizem que
mulheres que têm atendimento humanizado saem do hospital com a
auto-estima melhor. “Sobre o parto, o método menos indicado é o que era
aplicado, com a mulher deitada, com a barriga para cima. Hoje em dia,
sabemos que a mulher precisa se sentir bem, então pode ser de cócoras,
de lado ou de outra forma”, explica o obstetra, Marcos Leite dos Santos,
de Santa Catarina.
Em Maceió, a Casa de Saúde
Denilma Bulhões aplica o método do parto humanizado desde 2006.
“O número de atendimentos cresceu cerca de 40% e a expectativa é de que
neste ano o aumento seja de 60%”, disse a diretora, Robertta Lins,
complementando que é por causa do bom atendimento às parturientes.
Elaine Rodrigues
FONTE: Alagoas 24 horas.
Guia do Bebê.
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