Conjuntura atual da Educação Pública no Brasil - Na particularidade de Alagoas
Como é de conhecimento geral, algumas Universidades Federais, Institutos Federais e rede Estadual de ensino estão vivenciando um momento de caos, corte de verba e descaso do Estado com o ensino público de qualidade. Diante disso, o país vivencia um quadro de greve na educação pública e também em outros setores da sociedade. São tempos de luta e de embates.
Abaixo segue um texto que trata sobre a situação dos bolsistas da Universidade Federal de Alagoas - UFAL, que como tantas outras federais está em greve dos docentes e técnicos. Além disso, vivencia problemas internos de gestão, que segundo o texto, é uma das razões que justificam a atual situação dos bolsistas da Universidade.
Priscila Morais
O texto:
Centenas de estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)
estão passando por diversas privações em função do corte de bolsas, cujo
objetivo é dar assistência aos estudantes em situação de
vulnerabilidade social. Além da falta de alimentos básicos, muitos
correm o risco de serem despejados das residências onde moram por falta
de pagamento do aluguel.
Segundo o bolsista e membro do movimento Resistência Popular, Jhon
Napoleão, há uma parcela dos discentes que vivem com os pais e têm como
se manter, porém, “há centenas de outros estudantes que têm a bolsa como
única fonte de renda”, relata.
“Por uma questão de privacidade e medo de sofrer retaliações por
parte da reitoria, como a perda definitiva da bolsa, não vamos citar
nomes, mas ouvi relatos de colegas que estão indo às igrejas e pedindo
comida a padres e pastores”, lamenta Jhon Napoleão.
A fim de amenizar as dificuldades, os bolsistas estão realizando
pedágios, pedindo contribuição financeira a professores e técnicos da
Ufal e fazendo arrecadação de alimentos. As pessoas que desejarem
ajudar, podem deixar sua contribuição nos espaços das assembleias dos
técnicos e docentes, realizadas semanalmente a partir das 9h, no
auditório da reitoria e do Centro de Interesse Comunitário (por trás do
Banco do Brasil), respectivamente. Os auditórios ficam localizados no
campus A. C. Simões, no Tabuleiro dos Martins.
Jhon Napoleão frisa que o não repasse das bolsas não é só um problema
estrutural, mas também um desleixo por parte da atual gestão. Segundo
ele, o reitor se comprometeu oficialmente em pagar todas as bolsas,
“porém muitos ainda estão há dois meses sem receber, o que corresponde à
falta de R$ 800,00 para custear suas despesas”, diz Jhon.
A estudante de química, Jéssica Bernardo, explica que a situação
vivida pela Ufal é um assunto que diz respeito às prioridades da gestão.
De acordo com ela, muitas universidades tiveram cortes de verba, porém
as bolsas estudantis estão sendo pagas normalmente.
Protesto
Na próxima segunda-feira (03/08), às 14h, em frente
ao Hotel Jatiúca, no posto sete, os bolsistas se unirão a estudantes de
vários campi, professores e técnicos da Ufal, do Ifal e da
rede estadual de ensino, em um ato unificado em defesa da educação
pública e contra o corte de 10 bilhões anunciados pelo governo para a
educação. Na ocasião, estará ocorrendo uma reunião ordinária itinerante
do Conselho Nacional de Educação (CNE), que deve contar com a presença
do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, além de outras
autoridades locais e nacionais.
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