11/04/2013
Durante esta semana, o Hospital Universitário (HU) foi alvo de
reclamações por partes dos usuários, como a falta de materiais para
atendimento básico e fechamento de leitos. De um lado, o Governo
Federal aponta como possibilidade a entrega da administração para uma
empresa, do outro, a comunidade acadêmica e usuários lutam pelo
melhoramento no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Coordenadora do movimento em Defesa da Saúde Pública, a professora Valéria Correia, explicou em que consiste o processo.
“Uma empresa pública passaria a administrar a unidade, mas os direitos e
deveres seriam regidos pelo regime privado”, disse. Ela explicou que
todo o processo é inconstitucional e que a Procuradoria Geral da União
(PGU), através do procurador-geral Roberto Gurgel, já acionou o Supremo
Tribunal Federal.
Entre os outros problemas apresentados pela professora de Serviço
Social está a situação dos concursados que já trabalham no HU. “A lei
diz que a empresa tem o direito de aproveitar ou não o funcionário. Caso
seja dispensado, ele será aproveitado em outro órgão da União”.
Outro problema destacado por Valéria está a situação dos usuários. “O
hospital é contratado para certa quantidade de cirurgias. Esgotada a
cota, o paciente que chegar vai morrer na porta”, completou a
professora, explicando que casos já ocorreram no Hospital das Clínicas
em Porto Alegre.
Nesta mesma unidade, 30% dos leitos são para planos de saúde, enquanto
pacientes do SUS esperam na fila ou procuram outra unidade.
Em relação a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a pesquisadora
revelou que ocorrerá a quebra da autonomia da instituição. “Um hospital
escola deve ter a presença dos alunos, da pesquisa e do ensino. A
empresa contratada poderá barrar tudo isso”.
Um plebiscito está ocorrendo no estado para saber a opinião da
população sobre o tema. Urnas estão espalhadas pelo Hospital
Universitário, Campus da UFAL em Arapiraca e Maceió, Espaço Cultural na
Praça Sinimbú e na Uncisal. O resultado será entregue ao Reitor da UFAL
Eurico Lôbo e no fim do mês ao Ministro da Educação, Aloisio Mercadante.
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