"Mulheres de direita não querem revolução. Elas são mães, esposas,
devotadas aos seus homens. Ou, quando são agitadoras, o que elas querem é
um pedaço maior do bolo. Elas querem salários melhores, eleger mulheres
para os parlamentos, ver uma mulher se tornar presidente.
Fundamentalmente, acreditam na desigualdade, só que elas querem estar no
topo e não por baixo. Mas elas se acomodam bem ao sistema como ele é ou
com as pequenas mudanças para acomodar
suas reivindicações. O capitalismo certamente pode se dar ao luxo de
permitir às mulheres a servir o exército ou entrar para a força
policial. O capitalismo é certamente inteligente o suficiente para
deixar mais mulheres participarem do governo. O pseudo-socialismo pode
certamente permitir que uma mulher se torne secretária-geral de seu
partido. Isso são apenas reformas sociais, como o seguro social ou as
férias pagas. A institucionalização das férias pagas mudou a
desigualdade do capitalismo? O direito das mulheres trabalharem em
fábricas com salários iguais aos dos homens mudou os valores masculinos
da sociedade Tcheca? Mas mudar todo o sistema de valor de qualquer
sociedade, destruir o conceito de maternidade: isso é revolucionário.
Uma feminista, quer ela se autodenomine esquerdista ou não, é uma
esquerdista por definição.Ela está lutando por uma igualdade plena, pelo
direito de ser tão importante, tão relevante, quanto qualquer homem.
Por isso, incorporada em sua revolta pela igualdade de gêneros está a
reivindicação pela igualdade de classes. Numa sociedade em que o homem
pode ser a mãe, em que, vamos dizer, para colocar o argumento em termos
de valores para que fique claro, a assim chamada “intuição feminina” é
tão importante quanto o “conhecimento masculino” — para usar a linguagem
corrente, apesar de absurda — em que ser gentil ou delicado é melhor do
que ser durão; em outras palavras, em uma sociedade na qual a
experiência de cada pessoa é equivalente a qualquer outra, você já
estabeleceu automaticamente a igualdade, o que significa igualdade
econômica e política e muito mais. Dessa forma, a luta de sexos inclui a
luta de classes, mas a luta de classes não inclui a luta de sexos. As
feministas são, portanto, esquerdistas genuínas. De fato, elas estão à
esquerda do que nós chamamos tradicionalmente de esquerda política."
As
feministas tanto querem a luta dos sexo, como querem a luta de classes.
Um dos textos mais breves, porém, coerentes acerca do que de fato é o feminismo, que li nos últimos tempos, principalmente nas redes sociais. Diferente das varias definições toscas
e "modinha" de algumas vertentes do
"feminismo" que vejo por aí... Tipo: "feminismo é ser e fazer o que vc
quiser" "feminismo é ser livre" e blá blá blá... Como se não houvesse
uma causa que fundamenta o movimento, como se fosse só, tipo: "façam o
que quiserem" e não, não é só isso.
O texto acima, me fez recordar uma leitura que fiz há cerca de uns 2 meses, que trata justamente sobre o feminismo das mulheres burguesas, cuja autora chama de "sufragistas" e as feministas, de fato, ou seja, as mulheres trabalhadoras. Mais uma vez, indico essa leitura para quem se interessa pela temática. Link da capa do livro: http://servicosocialecotidiano.blogspot.com.br/2016/03/nova-aquisicao_10.html
Priscila Morais
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