Um certo dia, ouvi algo que me entristeceu, uma suposta colega desabafou e deu o seguinte “conselho”: “Estou trabalhando em um município X e se vocês recém-formadas quiserem se dar de bem, joguem seu código de ética no lixo”.
Estremeci-me toda e pior de tudo é que outras balançavam a cabeça
concordando. Parei e pensei, quer dizer que estudei 4 anos e toda aquela
teoria de luta e conquistas estabelecida pela profissão e seu código de
ética, são mera baboseiras?
Mas não se desesperem caros (as)
formandos(as) e colegas de luta, que acreditam na ética, pois agir
profissionalmente de forma ética é uma postura a ser tomada
incondicionalmente e o Know How do Serviço Social deve ser
pautado nos princípios estabelecidos eticamente, que no trato das
relações com os usuários dos serviços socioassistenciais deverá
contribuir para a viabilização da participação efetiva da população nas
decisões institucionais, garantindo a estes, a plena informação e
discussões sobre as possibilidades e consequências das situações
demandadas, no respeito democrático de suas decisões mesmo que estas
possam ser contrárias aos valores e crenças do assistente social, além
de contribuir para a criação de mecanismos que venham a permitir a
desburocratização dos serviços garantindo este acesso de forma ágil
concomitante a urgência da demanda e na melhora dos serviços prestados.
Para um atendimento acolhedor e ético, o
assistente social nunca deverá exercer sua autoridade para limitar ou
cercear o direito dos usuários de participarem e decidirem de forma
livre no trato de seus interesses, não compete aproveitar-se da relação
com os mesmos para buscarem vantagens pessoais ou para terceiros e
jamais bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelas
instituições, através de atitudes que venham coagir, constranger ou
desrespeitar com aqueles que buscam seus direitos.
Meu maior prazer é ver um usuário sair
do atendimento social mais esclarecido de seus direitos e tê-los
garantido, bem como, satisfeito com o bom atendimento, se sentindo
valorizado mesmo que o mundo os exclua. As lutas são grandes, as
dificuldades maiores aindas, todavia nada poderá comprar a sua sabedoria
e satisfação de ver o Código de ética fora do lixo!
REFERÊNCIAS
CÓDIGO DE ÉTICA do
assistente social. Lei 8662/93 de regulamentação da profissão. 3 ed.
Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 1997.
Santiane Godinho
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