domingo, 17 de março de 2013

Pobreza e políticas públicas



Ao Estado, enquanto regulador das relações sociais entre as classes existentes, porém não possuidor de uma neutralidade política, estando este a favor dos interesses da classe dominante, cabe o dever de prover os mínimos sociais à população que vive em condições precárias de existência, suas ações são postas em prática por meio das políticas públicas.

As políticas públicas como formas de enfretamento a pobreza a partir da década de 90, representam para o senso comum, em aspectos políticos, um avanço no campo dos direitos sociais que viabilizam medidas imediatas de amenizar a pobreza e seus sintomas na sociedade.

Através dos programas de governos incidentes no país a partir da década de 90 é possível observar que os índices de miserabilidade, baseados em dados reais, são cada vez mais crescentes. Isso se dá em partes pela falta de interesse do Estado em de fato por um fim a pobreza, e em outro aspecto pela impossibilidade do mesmo em alcançar esse feito.

É importante ter a clareza de que não será via políticas públicas que a pobreza e a desigualdade social encontrarão seu fim. Estas são medidas que possibilitam paliativamente amenizar as condições de pobreza produzidas nessa sociedade. A pobreza não é um fenômeno aparente que se constitui na situação de fome, a qual vive milhares de famílias no Brasil, a pobreza se expressa nessa situação, mas não encontra somente nisso sua representação.

A causa da pobreza, enquanto expressão da questão social encontra seu fundamento na sociedade capitalista, onde é produzida a contradição entre as classes fundamentais na qual, ao passo que se produz a riqueza material, em mesma escala se reproduz a pobreza e ao mesmo tempo priva o acesso daqueles que produzem a riqueza de se apropriar da mesma, gestando a desigualdade social, o não acesso aos bens produzidos socialmente. Logo, a pobreza não está apenas na privação material, que pode ser imediatamente resolvida por meio das políticas públicas, a pobreza encontra-se enraizada nessa sociedade que trata de inibir sua superação.

Segundo José Paulo Netto, a ultrapassagem da pobreza enquanto questão social só será possível em condições em que se suprima a sociedade capitalista.

Priscila Morais

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