sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Aviso!

Pessoal, estou preparando materiais que irão tratar sobre Políticas Sociais/Serviços Sociais e sua funcionalidade nessa sociedade, elas existem para "resolver os problemas sociais", ou para institucionalizá-los/gerenciá-los? e com quais interesses o faz? . Veremos ainda, sobre a tão famosa frase que ouvimos ao logo da graduação, ou mais exatamente no inicio do curso que diz: "o serviço social é uma profissão contraditória, ora atende aos interesses do Estado, ora atende aos interesses dos trabalhadores" será que a contradição está mesmo na profissão?


Bom gente, é isso. Logo mais socializaremos temáticas interessantes dentro do âmbito do Serviço Social.


Até lá.  Boas leituras, bons estudos e boas reflexões!




Priscila Morais

Movimentos sociais - Parte III. Feminismo

Olá pessoal!

Enfim aqui está a parte III da a série sobre  os estudos dos principais Movimentos Sociais. Hoje trataremos sobre o Movimento Feminista. 

Lembrando que o texto é uma adaptação do tópico do livro verde da biblioteca básica do serviço social: http://servicosocialecotidiano.blogspot.com.br/2015/04/livros.html
Ponho em destaque a palavra adaptação, pois não transcrevo exatamente o texto do livro, faço considerações minhas no corpo do texto também. 
O texto original desse livro está nas páginas 284, 285, 286 e 287.

Para quem não leu as duas primeiras partes da série Movimentos Sociais, dá uma conferida aqui: 
1º parte: http://servicosocialecotidiano.blogspot.com.br/2015/07/movimentos-social-conceito.html
2º parte: http://servicosocialecotidiano.blogspot.com.br/2015/08/movimentos-sociais-parte-ii_33.html


Boa leitura e boas reflexões!


Movimento feminista


O movimento feminista, desde as suas primeiras expressões como sujeito político, empreendeu lutas de enfrentamento aos elementos estruturantes do sistema patriarcal-capitalista, como a propriedade privada, o Estado, com o seu papel normativo e ideológico, a família e a igreja na elaboração e reprodução de seus valores, preconceitos e comportamentos baseados na diferença biológica entre os sexos. Importa ressaltar que nem todo movimento de mulheres é feminista, essa é uma distinção importante de se entender; O movimento feminista é caracterizado pela luta contra todas as formas de opressão, subalternidade e discriminação sobre as mulheres, buscando, para tanto, liberdade, igualdade e autonomia para elas. O movimento de mulheres diz respeito às reivindicações de acesso a bens de consumo coletivo e melhores condições de vida. Contudo, as lutas e demandas de ambos os movimentos se confundem em diversos momentos da história.
Na América Latina, as lutas feministas datam do final do século XIX, sendo inicialmente marcadas pelo direito ao voto. No entanto, a historiografia do feminismo destaca a década de 70 como um marco do movimento feminista na América Latina.
As mulheres envolvidas na organização do movimento feminista eram, em sua maioria, militantes ou ex-militantes de organizações de esquerda. Foi no exílio que as mulheres latino-americanas tomaram contato com o feminismo internacional e iniciaram sua organização política como feministas. O papel dp feminismo na luta pela libertação da classe trabalhadora e a relação entre as formas de se organizar as mulheres, a autonomia e a relação entre a luta feminista e a luta partidária foram temas recorrentes e centrais no feminismo latino americano. No geral, buscava-se legitimar a luta feminista, vista inicialmente por parte da esquerda como um desvio de luta central, a luta de classes.
No Brasil, nas duas primeiras décadas do século XX, mulheres trabalhadoras participaram de movimentos operários e de suas greves por melhores condições de trabalho e diminuição da jornada. Datam dessa época a criação do Partido Republicano Feminista, criado com o objetivo de mobilizar as mulheres na luta pelo sufrágio, e a Associação feminista, de cunho anarquista, que teve forte influência nas greves operárias de 1918, em São Paulo.
A partir da década de 1920, o movimento feminista lutou pela conquista do direito ao voto e por uma legislação de amparo a mulher trabalhadora. Em 1940, as mulheres participaram de lutas pela democratização e contra a carestia.
Na década de 60 as mulheres se fizeram presentes na luta em defesa das reformas de base, participando de organizações esquerditas democráticas. A partir do final da década de 70, acompanharam o resurgimento das lutas pela redemocratização, nesse momento há um crescimento do movimento feminista no Brasil.
O movimento feminista brasileiro, iniciado nas camadas médias se expandiu por meio da articulação com as camadas populares e suas organizações de bairro.
E agora, destacamos, talvez, a parte mais significativa desse texto, pois desnuda de fato o que é o movimento feminista, dado alguns equívocos teóricos e práticos que é possível identificar por aí. De maneira geral, podemos identificar três tendências teóricas e ideopolíticas no interior do movimento feminista nacional e latino-americano: um feminismo que possui uma perspectiva socialista, ao entender que a emancipação da mulher demanda da construção de um outro projeto societário que e contraponha ao capitalismo para o alcance da liberdade e da igualdade substantivas; um feminismo que busca a igualdade e a liberdade para as mulheres por meio de reivindicações de direitos  que consubstanciam a cidadania nos marcos do capitalismo; e um feminismo filiado às premissas pós-modernas. Nesse campo o feminismo limita-se ao culturalismo, atuando na subjetividade, no simbólico e nas “representações sociais”.
Diante do que foi posto no parágrafo acima, podemos observar que o feminismo atualmente assume uma postura que tende a corresponder de modo geral as duas ultimas tendências colocadas anteriormente, ou seja, o movimento feminista vem perdendo o seu viés de base de movimento social tradicional, movimento que concilia a luta por suas demandas com a luta de classes, a luta pela ultrapassagem dessa sociedade. Os movimentos contraditórios dessa sociedade, bem como os seus mecanismos ideológicos e ou repressivos, aliados a uma débil articulação entre movimentos sociais, partidos políticos de esquerda e intelectuais orgânicos de esquerda, favorecem essa perda de identidade do movimento feminista com o movimento de classes. Por isso, penso que o movimento feminista de base, que visa ultrapassar esse sistema, tomado de uma consciência de classe, de posse da teoria social de Marx, esse não se encontra mais em combate.
Logo, para os amigos de direita, religiosos e conservadores não se coloquem como Dom Quixote a travar uma luta contra “dragões”, sendo estes apenas moinhos de vento.






Priscila Morais

domingo, 23 de agosto de 2015

Serviço Social - Profissão liberal?

Olá pessoal.

Desde que entrei na faculdade escuto dizer que o SSO é uma profissão liberal, mas confesso que isso nunca ficou muito claro pra mim, visto que, a meu ver, isso contradiz as máximas que todo aluno de SSO escuta "o Estado é o principal empregador do Assistente Social" "o Assistente Social não trabalha com clientela", entre outras que certamente vocês também já devem ter ouvido.


Pois bem, hoje enfim esclareci essa questão por meio dos ilustres autores Iamamoto e Carvalho. Embora ainda não esteja 100% convencida, pelo menos, entendi o ponto de vista e independente do meu convencimento ou não o "SSO como profissão liberal" é regulamentado por uma portaria do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. 



E o esclarecimento sobre esse assunto se encontra nas páginas 80 à 81 do referido livro.
Dada a minha falta de tempo para digitar e a minha vontade (apressada rsrs) de compartilhar esse conteúdo com vocês, resolvi me render a praticidade tecnológica e fotografar as páginas e postar em formato de fotos. Cuidei para que a leitura ficasse legível. Para melhor visualização, clique em cima da foto para expandi-la. 


Boa leitura e boas reflexões!

Priscila Morais












Aviso!

Pessoal, a série sobre  os estudos dos principais Movimentos Sociais continua, a parte 3  tá sendo preparada. Enquanto isso, para recapitular, leiam/releiam os 2 primeiros. 

Parte 1 

http://servicosocialecotidiano.blogspot.com.br/2015/07/movimentos-social-conceito.html

Parte 2

http://servicosocialecotidiano.blogspot.com.br/2015/08/movimentos-sociais-parte-ii_33.html 



Bons estudos


Priscila Morais

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Nota em agradecimento

Pessoal, eu estava aqui fazendo uma pequena "faxina" nas configurações do blog e fui olhar a quantidade de visualizações por postagem e fiquei SUPER feliz com a quantidade de visualizações! 80, 110, 264,480, 167... etc, esses foram alguns dos números! Meus sinceros agradecimentos! :)
Saibam que para mim é um incentivo saber que estão gostando do blog e dos posts. Um incentivo a melhorar sempre e também a estudar mais, pois tudo que é postado nesse espaço é devidamente lido e analisado. Estou longe de ser uma super blogueira e essa nunca foi minha intenção. Desde o início o Serviço Social & Cotidiano foi criado como um instrumento de incentivo ao estudo e uma forma de compartilhar conhecimento no âmbito do SSO, lá atrás, quando eu ainda era graduanda e o sentido é o mesmo agora, depois de formada.
Observei que os assuntos mais vistos, são os que mais vocês, meus leitores, visitantes e seguidores têm interesse. Vou selecioná-los e trazer mais conteúdos e leituras sobre cada um deles pra vocês!


Continuem visitando, comentando os posts e dizendo quais assuntos vocês gostariam que fosse abordado aqui no blog. Continuem participando. Esse espaço é nosso!


Atenciosamente,


Priscila Morais

domingo, 2 de agosto de 2015

#Parto com respeito

Olá pessoal.

Bom, todos que acompanham esse blog ou que já deram uma olhada nos marcadores puderam ver que esse espaço virtual apoia o Parto Humanizado/ Normal por inúmeras razões. O Parto Humanizado/Normal com, equipe médica (enfermeiros/obstetra/psicólogos/fisioterapeuta, entre outros profissionais) preparada e sensibilizada com o momento que a gestante está vivenciando, acompanhamento da gestante durante todo o período gestacional e não apenas no pré parto e pós parto. O parto humanizado não é a mesma coisa que parto normal, infelizmente. Alguns partos normais feitos por aí, chegam a causar traumas físicos e psicológicos, muitas vezes irreversíveis para as mulheres.

Para melhor esclarecimento sobre o Parto Humanizado, segue um texto daqui do blog http://servicosocialecotidiano.blogspot.com.br/2013/08/sobre-o-parto-humanizado.html

Aqui também segue um texto meu em defesa do Parto Humanizado e Direitos da Gestante, que inclusive, foi base para o meu projeto de intervenção, quando ainda era graduanda. 

Outro post anterior do blog que também tem relação com Direitos da Gestante e Parto Humanizado.

Esse outro post daqui do blog, vem seguido de um vídeo que mostra um Parto Humanizado, para quem ainda não viu. 

Enfim, aí estão alguns dos principais posts que abordam essa temática de saúde humana.
Diante dos esclarecimentos, deixo aqui um texto da Revista Época (a qual não sou muito fã, confesso), mas diferenças a parte, teve uma iniciativa louvável de lançar a Campanha #partocomrespeito para levantar a discussão sobre os direitos das grávidas e suas família. O Blog Serviço Social & Cotidiano abraça essa campanha. 





Priscila Morais 

Os estudantes têm mais a ganhar ou a perder com a greve na Educação?

Pessoal, esse texto é do Professor do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense, Marcelo Badaró Mattos. O texto é pequeno, mas esclarecedor com bons argumentos em relação àqueles que são contrários às greves que estão ocorrendo pelo país, em defesa da educação pública. Os estudantes têm mais a ganhar ou a perder com a greve na Educação?


Boa leitura e boas reflexões! 



Priscila Morais
 

As greves na universidade só param a graduação e prejudicam os estudantes de graduação…


Não é verdade que as greves só param as aulas de graduação. Atividades de pesquisa e extensão também são paralisadas pelos que participam das greves. Quando ingressei na universidade essa questão sequer era levantada, porque não se fazia diferença, quando uma greve começava, entre aulas na graduação e na pós-graduação. Nas últimas duas décadas e meia, cresceu muito a pressão sobre as pós-graduações para apresentarem indicadores quantitativos de produtividade que são a base central de avaliações feitas pela CAPES e que podem representar mais ou menos recursos financeiros, bolsas de estudo e prestígio acadêmico. De lá para cá, cresceu também o número de argumentos contrários à suspensão das atividades de pós-graduação em função dessa pressão da CAPES.
No entanto, muitos docentes e programas inteiros continuam a paralisar suas aulas na pós-graduação, buscando contornar sempre que possível a pressão das agências de fomento/avaliação, pois percebem que tal pressão não tem como contrapartida a garantia dos recursos e condições de trabalho adequados ao funcionamento dos programas com qualidade. Os comandos locais de greve também são cientes de que algumas bancas e atividades são agendadas com muita antecedência, significam despesas com passagens e diárias já realizadas e autorizam excepcionalmente tais atividades. Os que continuam trabalhando regularmente na pós-graduação durante as greves, portanto, o fazem por decisão própria de furar uma greve, utilizando os argumentos da especificidade das pós como biombos para suas atitudes, e depois, ironicamente, acusam as greves de só paralisar a graduação. Muitas vezes, os que dizem isso, são os mesmos professores que no dia a dia dos cursos, menosprezam as aulas na graduação e justificam que sua “excelência” os deveria liberar de tal “fardo” para dedicação integral à pesquisa e pós-graduação.
Por outro lado, cabe sempre a pergunta: o que realmente prejudica o estudante – de graduação ou pós – uma greve que pode se estender por algumas semanas, defendendo a universidade pública, ou a falta de condições adequadas de estudo e permanência na Universidade?
Nessa greve que vivenciamos atualmente cujo motivo maior, além da defasagem salarial dos docentes (motivo justo e digno, diga-se de passagem, pois todo trabalhador assalariado tem direito à proteção mínima de seus vencimentos face à inflação) é o conjunto de medidas destrutivas à universidade pública, não há dúvidas da justeza do movimento para grande parte dos estudantes. Afinal, faltam professores em muitos cursos, há outros em que obras estruturais necessárias à construção de salas de aulas, bibliotecas e laboratórios não foram executadas ou pararam pelo meio, há falta de bandejões e alojamentos estudantis, as bolsas são insuficientes e estão atrasando, entre muitas outras situações. Todas motivadas por uma expansão de vagas discentes que não foi acompanhada do necessário crescimento do número de docentes e do aporte de recursos para infra-estrutura, manutenção e assistência estudantil. O que tem sido muito agravado nos últimos meses pelas políticas de “ajuste fiscal” do governo federal, que repassará R$15 bilhões de reais ao setor privado através do FIES (financiamento estudantil), mas corta R$ 9,43 bilhões do orçamento do Ministério da Educação.
Por isso os estudantes da UFF e de outras universidades fizeram suas assembleias e deliberaram pela greve. Porque sabem que essa luta também é sua.
Curioso que os que argumentam que a greve prejudica os estudantes, desconsideram completamente a posição coletiva dos próprios estudantes. O que é bem ilustrativo de como enxergam sua atividade docente e seus estudantes: são os portadores do conhecimento e da verdade, que buscam iluminar os pobres e ignorantes estudantes, que sequer percebem que estão sendo prejudicados com a greve.



Educação Pública no Brasil

Conjuntura atual da Educação Pública no Brasil - Na particularidade de Alagoas


Como é de conhecimento geral, algumas Universidades Federais, Institutos Federais e rede Estadual de ensino estão vivenciando um momento de caos, corte de verba e descaso do Estado com o ensino público de qualidade. Diante disso, o país vivencia um quadro de greve na educação pública e também em outros setores da sociedade.  São tempos de luta e de embates.

Abaixo segue um texto que trata sobre a situação dos bolsistas da Universidade Federal de Alagoas - UFAL, que como tantas outras federais está em greve dos docentes e técnicos. Além disso, vivencia problemas internos de gestão, que segundo o texto, é uma das razões que justificam a atual situação dos bolsistas da Universidade. 

Priscila Morais





O texto:


Centenas de estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) estão passando por diversas privações em função do corte de bolsas, cujo objetivo é dar assistência aos estudantes em situação de vulnerabilidade social. Além da falta de alimentos básicos, muitos correm o risco de serem despejados das residências onde moram por falta de pagamento do aluguel. 
Segundo o bolsista e membro do movimento Resistência Popular, Jhon Napoleão, há uma parcela dos discentes que vivem com os pais e têm como se manter, porém, “há centenas de outros estudantes que têm a bolsa como única fonte de renda”, relata. 
“Por uma questão de privacidade e medo de sofrer retaliações por parte da reitoria, como a perda definitiva da bolsa, não vamos citar nomes, mas ouvi relatos de colegas que estão indo às igrejas e pedindo comida a padres e pastores”, lamenta Jhon Napoleão. 
A fim de amenizar as dificuldades, os bolsistas estão realizando pedágios, pedindo contribuição financeira a professores e técnicos da Ufal e fazendo arrecadação de alimentos. As pessoas que desejarem ajudar, podem deixar sua contribuição nos espaços das assembleias dos técnicos e docentes, realizadas semanalmente a partir das 9h, no auditório da reitoria e do Centro de Interesse Comunitário (por trás do Banco do Brasil), respectivamente. Os auditórios ficam localizados no campus A. C. Simões, no Tabuleiro dos Martins. 
Jhon Napoleão frisa que o não repasse das bolsas não é só um problema estrutural, mas também um desleixo por parte da atual gestão. Segundo ele, o reitor se comprometeu oficialmente em pagar todas as bolsas, “porém muitos ainda estão há dois meses sem receber, o que corresponde à falta de R$ 800,00  para custear suas despesas”, diz Jhon.
 A estudante de química, Jéssica Bernardo, explica que a situação vivida pela Ufal é um assunto que diz respeito às prioridades da gestão. De acordo com ela, muitas universidades tiveram cortes de verba, porém as bolsas estudantis estão sendo pagas normalmente. 



Protesto


 Na próxima segunda-feira (03/08), às 14h, em frente ao Hotel Jatiúca, no posto sete, os bolsistas se unirão a estudantes de vários campi, professores e técnicos da Ufal, do Ifal e da rede estadual de ensino, em um ato unificado em defesa da educação pública e contra o corte de 10 bilhões anunciados pelo governo para a educação. Na ocasião, estará ocorrendo uma reunião ordinária itinerante do Conselho Nacional de Educação (CNE), que deve contar com a presença do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, além de outras autoridades locais e nacionais.




sábado, 1 de agosto de 2015

Movimentos sociais – Parte II



Pessoal, conforme falei no penúltimo post, farei uma pequena série tratando sobre movimentos sociais. A primeira parte para relembrar está aqui (link). Daremos então continuidade agora com o Movimento Sem Terra.
Lembrando que o texto abaixo foi extraído (em partes) do livro 5 – Biblioteca Básica do Serviço Social, tópico que trata sobre o MST.
Outro lembrete, esse texto adota uma perspectiva teoria crítica que é também a perspectiva adotada pelo Serviço Social em suas bases legais, tais com Código de Ética, Lei de Regulamentação, demais diretrizes curriculares do Serviço Social e pelo conjunto CRESS/CFESS. Não é um posicionamento pessoal, e sim, o posicionamento da profissão que escolhi. Posicionamento este, que enquanto assistente social tenho que estar a par do entendimento e não ignorar e fazer serviço social da forma que eu quiser.

Feitos os lembretes, boa leitura!
Priscila

Iniciemos:



(MST) – Movimento Sem Terra




“O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é o movimento social de maior expressão na realidade brasileira e um dos de maior relevância na América Latina. Por meio de sua estrutura organizativa, formas de organização e expressão de suas reivindicações e lutas, contribuiu para publicizar e politizar o tema da questão agrária no Brasil, país que ocupa o segundo lugar em concentração de terras, perdendo somente para o Paraguai.”
O embrião do movimento sem terra surgiu no Sul do país. Suas lutas foram impulsionadas principalmente pela ação pastoral dos cristãos ligados à Teologia da Libertação, por meio do protagonismo da Comissão Pastoral da Terra (CPT, vinculada a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), pelo apoio de partidos políticos da esquerda, principalmente o PT e pelo novo sindicalismo em ascensão a CUT.
 O MST está organizado em 23 estados brasileiros. Grande parte dos trabalhadores assentados se organiza em torno de cooperativas e associações coletivas, associadas às centrais estaduais ligadas à Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab). Toda essa organização corrobora para a efetivação dos princípios filosóficos e pedagógicos aplicados nos acampamentos e assentamentos, os quais se voltam para a cooperação, a educação de classe, formação da sociedade por meio de valores humanistas e socialistas e para a transformação social.
Uma das principais conquistas do MST, no campo político, tem sido a de recolocar o tema da reforma agrária em pauta de discussão da sociedade e do Estado Brasileiro.
O projeto político e hegemônico do MST não se limita à realização da reforma agrária nos marcos do sistema capitalista, sendo seu horizonte de luta a construção de uma sociedade igualitária e socialista. É inegável o potencial de confronto do Movimento com o capitalismo, por apresentar propostas de desenvolvimento e práticas de atuação e organização questionadoras do modelo vigente.
Segundo Stedile e Fernandes (1999) o MST adquiriu e vem adquirindo três características específicas: é um movimento popular, tem um componente sindical e possui um caráter político. O caráter “popular” expressa-se por meio da possibilidade de participação de todos os trabalhadores nas lutas, independente de sua atuação ou condição como camponês. Ao associar o componente sindical ao caráter político do movimento, salienta que a luta pela terra não se restringe ao caráter corporativo sindical, mas envolve uma luta que aglutina interesses particulares, corporativos, com os interesses de classe. Ou seja, há o entendimento de que a luta pela Reforma Agrária, embora possua uma base camponesa, é parte da luta de classes. Em outras palavras, o MST vem convertendo a luta dos trabalhadores do campo numa mediação da luta de classes.
 É nessa direção que o Movimento também incorporou os trabalhadores excluídos da cidade e do meio rural. É um exemplo dessa relação a relação com outros movimentos sociais urbanos, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores Desempregados.
As articulações do MST com as demandas e lutas urbanas vêm criando possibilidades de uma compreensão de luta de classes em sua totalidade, o que pode fortalecer a construção de resistências e ações contra-hegemônicas ao capital.