sexta-feira, 24 de março de 2017

Projeto de terceirização total é ‘regressão ao trabalho escravo’, diz Ricardo Antunes

O professor Ricardo Antunes, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, afirmou que o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização nas empresas brasileiras e autoriza que as companhias terceirizem também suas atividades-fim equivale, mantidas as proporções históricas, a uma regressão à escravidão. É “nefasto” e “vilipendia” o trabalhador brasileiro, acrescentou. Antunes também reafirmou que as mulheres serão as maoires prejudicadas.
Para ele, o projeto de terceirização rasga a CLT porque acaba com o contrato entre trabalhadores e empresas, regido pela CLT, e estabelece uma relação entre a empresa contratante e a contratada.
“Esta relação negocial entre empresas macula a relação contratual entre o capital e trabalho. Então, nisso, ele rompe o princípio básico da CLT. O artigo quarto deste projeto é a chave analítica para compreendê-lo. Esse artigo diz que as atividades terceirizadas passam a incluir as atividades inerentes, suplementares e complementares da empresa. Com isso, o projeto arrebenta a súmula do Tribunal Superior do Trabalho que distinguia entre atividade-meio e atividade-fim. Ao fazer isso, ao invés de beneficiar efetivamente os terceirizados, ela vai levar a lógica da terceirização, que incide sobre cerca de 13 milhões de trabalhadores e trabalhadoras hoje, para 40 milhões, 45 milhões”, afirmou em entrevista ao site da Unicamp.
Ricardo Antunes também lembrou que nos três volumes do livro “Riqueza e Miséria do Trabalho no Brasil”, organizado por ele, tem depoimentos que mostram trabalhadores tercerizados sem férias por 3 anos, nem de um dia. E ressalta que é sobre os trabalhadores terceirizados que ocorrem “as maiores burlas da legislação protetora do trabalho”.
“Os trabalhadores terceirizados terminam um trabalho, vão atrás de outro, não podem dizer agora vou tirar férias, entende? Aqui, é preciso enfatizar a questão de gênero: são trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas – contemplando a importante divisão sócio-sexual do trabalho – que nos permitem dizer que a exploração do trabalho terceirizado agride ainda mais intensamente a mulher trabalhadora. E os terceirizados (homens e mulheres) trabalham mais tempo do que aqueles que são regulamentados pela CLT. E recebem em torno de 25% a menos, às vezes 30% a menos, no salário. Então, são os que sofrem mais acidentes, são os mais penalizados, e são os que não conseguem criar organização sindical para se proteger, porque a rotatividade é muito grande, o que dificulta essa organização”, afirmou.
Ricardo Antunes é pesquisador de Sociologia do Trabalho reconhecido mundialmente e lança neste mês a edição comemorativa de 20 anos de seu já clássico “Adeus ao Trabalho?” e o terceiro volume da série “Riqueza e Miséria do Trabalho no Brasil”, organizada por ele, que reúne ensaios de pesquisadores brasileiros e internacionais.
 
 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Livros em PDF

Pessoal, estou passando para compartilhar com vocês esse link de livros em PDF do Coletivo Veredas. Além dos títulos em PDF que podem ser baixados para a leitura gratuitamente, é possível comprar os livros a preço de custo. O objetivo do Coletivo e difundir conhecimento crítico. O link segue abaixo. Boas leituras.

Coletivo Veredas livros em PDF :  http://coletivoveredas.com/livros-pdf1474465103468



Priscila

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Epílogo aos assistentes sociais - Por Sergio Lessa


Pessoal, já indiquei a leitura desse livro por aqui. Dessa vez, venho só reforçar a indicação para a leitura e análise do epílogo que o autor do livro, prof. Dr Sergio Lessa, da Universidade Federal de Alagoas, faz aos assistentes sociais. Considero esse epílogo uma leitura altamente necessária na atual conjuntura, acerca do direcionamento dos assistentes sociais, frente ao debate político atual. 
O epílogo consta na página 146 do PDF indicado no link abaixo.


Boa leitura e frutíferas análises aos colegas.


Priscila Morais

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

II Fórum de debates sobre a Política de Assistência Social em Alagoas




 

Registro do Grupo de Pesquisa Estado e Gestão da Política de Assistência social em Alagoas, no II Fórum de debates sobre a Política de Assistência Social no estado, que ocorreu nos dias 01 e 02 desse mês na Universidade Federal de Alagoas.
Na foto, parte dos integrantes do grupo (alunos, profissionais, a professora Drª Margarida, coordenadora do grupo e o professor convidado Drº Edval Bernardino Campos – UFPA).


"O II Fórum de debates sobre a política de assistência social em Alagoas confirma e fortalece a relação entre academia e o universo de efetivação da política de assistência social, trazendo para o centro das discussões atuais o questionamento sobre as possibilidades e os desafios que marcam essa política no estado, como um evidente reflexo da realidade brasileira.

O Fórum se mantém fiel à sua definição inicial, ou seja, realiza-se bienalmente e assegura o seu caráter reflexivo e não deliberativo. É, pois, um evento cujo principal objetivo é fomentar a discussão qualificada sobre a política de assistência social, identificando - a partir do diálogo entre diferentes atores - estratégias de enfrentamento aos limites e aos desafios postos à sua efetivação.

O II Fórum acontece em um momento em que se coloca o II Plano Decenal de Assistência Social, aprovado em 2015 e se redefine o cenário nacional. A sua realização deve ser tratada como oportunidade de encontro, de conhecimento e de reconhecimento de realidades e, acima de tudo, a confirmação da política de assistência social como política de Estado." (texto de descrição retirado da página do fórum).


Outros registros estão disponíveis no blog do evento. Segue o endereço eletrônico: http://forumdebateassiste.wixsite.com/forum-debate-as/galeria