quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Princípios fundamentais, conforme o código de ética profissional do SSO de 1993

- Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras;

- Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;

-Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

-Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;

- Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual;

-Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação/exploração de classe, etnia e gênero;

- Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores;

- Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;

- Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero,etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física.

Fonte: CFESS

Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais

http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1993.pdf

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A crise o desemprego e alguns desafios atuais e no cenário brasileiro, ou global que possam adentrar a área do Serviço Social.


A fragmentação do trabalho contratado e regulamentado, advindos do tempo Teylorista e Fordista, foi dominante em seus modelos de produção no século XX e já está sendo substituído pelas formas que escondem freqüentemente a auto-imploração do trabalho, como: O empreendedorismo, cooperativismo e trabalho voluntário. Nesse contexto é preciso observar, também a exploração do desemprego estrutural em escala global que atinge a totalidade dos trabalhadores, homens e mulheres/ formais e informais.

Além dessa precarização estrutural do trabalho, aumenta de modo intenso o desemprego mundial em países da Europa, como Japão, Estados unidos e em outras partes do mundo. Na Inglaterra, Espanha, Grécia, EUA e Portugal, segundo dados recentemente divulgados são os maiores índices de desempregos das últimas décadas e uma das soluções apontadas pelos empresários, seria aumentar a flexibilidade da legislação trabalhista, visando à preservação de mais empregos. Em alguns países essa flexibilização foi intensa, porém o desemprego só vem aumentando.

Diante da precarização estrutural do trabalho, os capitais globais estão exigindo o desmonte da legislação trabalhista, pois flexibilizar a legislação trabalhista implica em aumentar ainda mais a exploração do trabalho destruindo os direitos sociais que foram conquistados pela classe trabalhadora a partir da revolução industrial e principalmente após 1930 no Brasil.

As contradições que envolvem a sociedade capitalista se fazem cada vez mais visíveis e só tendem a beneficiar a eles mesmos. Uma de suas contrariedades é quando há uma redução de empregos imediatamente tem-se um quadro assustador do aumento do desemprego, o que gesta uma degradação social. Se o capital retoma os níveis de crescimento, aumenta-se também a destruição ambiental, evidenciando a lógica destrutiva do capital. Com isso pode-se visualizar o tamanho da crise estrutural que afeta a classe trabalhadora em escala global.

A criação de um modo de produção e de vida distinto do atual é um desafio. Um novo sistema de metabolismo social, um novo modo de produção fundão em uma atividade baseada no tempo e no trabalho socialmente necessário, para produzir valor de uso e contra a produção baseada exclusivamente no valor de troca para a reprodução do capital. No sistema capitalista o valor de troca sobrepõe-se ao valor de uso, gestando assim a lógica predadora desse sistema, que opera a separação entre os que produzem (trabalhadores) e seus meios de produção, pois seus reais interesses encontram-se voltados para sua alta valorização e não para as necessidades reais da humanidade.

Pensar em uma reforma e humanização do atual sistema, devido a seus traços densamente acentuados ao longo dos anos. Porém é apenas sob uma nova forma de sociedade emancipada, onde o trabalho assumirá um caráter associado e não mais exploratório que poderá resgatar o sentido humano e social da produção, onde se formará uma sociabilidade autenticamente socialista.

O entendimento das condições de trabalho dos assistentes sociais implica também em entender a crise estrutural do sistema capitalista que afeta a classe trabalhadora em escala mundial e conseqüentemente a própria categoria profissional.

As ameaças encontradas pelos profissionais do serviço social referem-se também a precarização das condições de trabalho que são oferecidas pela instituição aos profissionais e conseqüentemente afeta sua atuação junto à intervenção, realizada junto ao usuário. Outra ameaça nesse sentido se evidencia com, o surgimento de outras profissões, por exemplo, os (agentes sociais) que podem atuar na área social, mas não com a mesma perspectiva de direito com a qual atua o Assistente Social, porém a contratação desses profissionais é vantajosa para as instituições no sentido de atender as suas necessidades atuando como profissionais mecanicistas e burocráticos, por um salário menor que o que um profissional graduado nessa área.

Quanto às oportunidades presentes no campo do serviço social pode-se citar uma nova área de atuação na qual o assistente social se insere “o meio ambiente.” Atuando com os princípios fundamentais de sua prática interventiva, fazendo um trabalho de conscientização da população, nas usinas, indústrias e etc. sobre a importância da preservação ambiental.


Priscila Morais.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Determinações sócio-históricas do instrumental técnico-operativo do Serviço Social


Com base no texto da Professora Rosa Lúcia Predes Trindade: Desvendando as determinações sócio-históricas do instrumental técnico-operativo do Serviço Social na articulação entre demandas sociais e projetos profissionais.



O serviço social passou por diferentes concepções e distintas compreensões sobre seus objetos e seus objetivos profissionais ao longo dos anos, bem como o seu instrumental técnico operativo.

No período inicial do SSO no Brasil, seu componente técnico operativo é incorporado às tradicionais formas de assistência, sob a orientação técnica e doutrinária da ação social católica. Alguns dos procedimentos técnicos usados pelo SSO nessa época eram: estudos individuais, familiares e de localidades carentes, era feita uma avaliação das solicitações de ajuda para a população carente, triagens, aconselhamentos e visitas domiciliares. Nesse contexto a relação era estabelecida entre o assistente social e o “cliente”.

No início de sua profissionalização, quando o SSO passa a trabalhar para instituições estatais e para-estatais, esse não se diferencia muito daqueles próprios, as tradicionais formas de assistência e caridade. As formas de operacionalizar as tarefas continuam as mesmas, porém o contexto histórico se modifica, pois com o crescimento expressivo da classe trabalhadora, as intervenções nas manifestações da questão social exigem práticas mais eficientes, do que benesses. O serviço social nesse momento fica encarregado de uma forma de intervenção ideológica, sendo a assistência agora voltada para o enquadramento da população pobre e dos trabalhadores, atendendo assim, aos interesses da classe dominante, no Brasil.

Um pouco mais adiante, a partir dos anos 30, o serviço social brasileiro recebe influencias psicologizantes do SSO norte americano, empreendidas por Mary Richmond, através de práticas individuais de assistência que tendia a responsabilizar o individuo por sua condição social, era o chamado “serviço social de casos”, cujas técnicas eram constituídas em três fases: estudo, diagnóstico e tratamento.

Ainda sob influencias da psicologia e psicanálise, surge na década de 60 no Brasil o serviço social de grupo, que atua de forma geral na solução de problemas pessoais de relacionamento e socialização. Esse método adquire maior divulgação através do trabalho de Gisela Konopka, assistente social e psicanalista. É na década de 60 que o SSO de grupo se consolida junto com o “desenvolvimento de comunidade”, uma intervenção profissional voltada para a promoção da harmonia social na relação Estado/sociedade, por meio de uma abordagem “coletiva.”

O SSO de desenvolvimento de comunidade tem a oportunidade de trabalhar com uma equipe multidisciplinar, que recorrem a instrumentos e técnicas, tais como: documentação, observação, entrevistas e diálogos, reuniões e palestras.

Nos anos 70 o SSO passa a fazer parte do conjunto de profissões cuja formação é colocada a serviço do projeto capitalista monopolista no Brasil, sendo o Estado seu principal empregador. Nessa década os assistentes sociais assumem atividades de planejamento, coordenação e acompanhamento de avaliações de programas sociais. A requisição era por profissionais que dominassem a burocracia estatal e utilizassem a pesquisa e o planejamento como instrumentos prioritários de suas práticas. Esse novo projeto do serviço social denomina-se: projeto profissional modernizador que busca atender as demandas postas pelos governos ditatoriais.

Nos anos 80 surge no SSO à vertente fenomenológica, que embora traga um novo referencial teórico-filosófico para a profissão, permanece alinhado, a projetos já existentes, como o atendimento individual provindo do serviço social de casos.

A fenomenologia valoriza o homem como pessoa, como um sujeito racional e livre, através de um processo de ajuda psicossocial, utilizando técnicas como, o diálogo tendo em vista ouvir a pessoa e junto com a mesma apontar soluções para seus problemas.

Na passagem dos anos 70 para os anos 80, num contexto de transformações políticas e históricas no país, se instala a vertente de ruptura do SSO com o conservadorismo. A partir disso surge de fato um “novo projeto profissional” que compreende os problemas sociais como fruto das desigualdades produzidas pelo capitalismo, rejeitando sua compreensão como problemas individuais que precisem de “tratamento social.” Assim a atuação do serviço social volta-se para abordagens coletivas de mobilização da população para o atendimento de suas necessidades.

Diante disso, é possível perceber que o instrumental técnico-operativo do serviço social assume outra direção. Na segunda metade da década de 80 o SSO adquire maior consciência critica no processo de ruptura por meio do conhecimento das teorias sociais de Marx e um intercambio com as ciências sociais. Assim o instrumental técnico operativo da profissão atualmente se dá a partir do contato com a realidade, pois será por meio desta que o serviço social irá encontrar respostas para intervir em seu objeto de trabalho, a questão social e na conscientização dos indivíduos.

Priscila Morais.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Indicação: Uma ótima leitura!


Sinopse - Cotidiano - Conhecimento e Crítica

A vida cotidiana é o centro de interesse dos dois ensaios que constituem este livro. O que é a cotidianidade, quais as suas características, quais os requisitos críticos e as categorias teóricas imprescindíveis para todos os que investem na transformação da sociedade são as questões enfrentadas neste pequeno livro. A partir de referenciais teóricos clássicos no debate sobre a vida cotidiana (Lukács, Lefèbvre, Heller), os autores, com enfoques diferentes, abordam uma temática que, extremamente atual, tem as maiores implicações práticas para assitentes sociais, educadores e cientistas sociais.