quinta-feira, 26 de julho de 2012

Em tempos de eleição

Estamos em ano de eleições! A população se prepara para eleger seus governantes dos próximos quatro anos, e não é uma decisão fácil. É preciso pesquisar, falar, tentar entender a política, para melhor analisar as propostas dos candidatos.
Bem se sabe que as questões políticas possuem certa complexidade, mas não são só roubalheiras e falcatruas que a envolve, a ação da escolha do meu candidato vai refletir em inúmeras instancias da sociedade, desde o preço daquilo que eu consumo, ao imposto que me será cobrado e os danos sociais decorrentes da minha escolha. A política deve ser compreendida pelo eleitor justamente para que esse enxergue a realidade que o rodeia, para que saiba dirigir melhor suas escolhas, pois já dizia Bertolt Brecht: "o pior analfabeto é o analfabeto político" e este pensador foi feliz em sua reflexão, pois o cidadão pode não saber ler ou escrever seu próprio nome, mas este tem o direito e o dever de "votar", mesmo que nada entenda sobre política, mesmo que seja apenas uma massa de manobrar nas mãos daqueles que pretendem governar.


"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo." (Bertolt Brecht)

E em tempos de eleição fica a dica: 
  • Não lute apenas por uma dentadura, mas por postos odontológicos funcionando para toda a comunidade;
  • Não lute por apenas  uma vaga na escola, mas por uma política de educação digna;
  • Não lute para ter a frente de sua casa melhorada, mas para que haja saneamento básico em toda rua;
  • Não lute somente por uma consulta no SUS, mas por uma saúde pública de qualidade;
  • Não lute por apenas uma cesta básica, mas por uma política de assistência social justa e oposta a qualquer forma de clientelismo ou assistencialismo;
  • Não lute apenas por suas individualidades, mas pela garantia de direitos a todos.

Priscila Morais

terça-feira, 24 de julho de 2012

Vida Maria...




O vídeo a cima já é conhecido por muitos, é um triste e reflexivo relato da realidade que infelizmente ainda se apresenta em algumas regiões do nosso país. Ele retrata a triste história que se repete de geração em geração, as oportunidades que a própria vida não se deixa aproveitar. Parece inacreditável, mas em pleno século XXI, pessoas não sabem como evitar a gravidez indesejada e usam justificativas como: “tomei chá de cravo e água com sal e não teve jeito, mesmo assim engravidei!”e de gravidez em gravidez isso se torna cada vez mais natural, e as consequências da falta de informação, seja por ignorância ou por inocência reflete gravemente nas vidas que são geradas, repercutindo e tornando cada vez mais complexa a questão social, a falta de acesso a educação, saúde, alimentação, enfim a direitos humanos básicos.
Esse vídeo materializa o real, a  produção e reprodução da questão social que é fruto inerente de um sistema cruel e alienante, que é capaz de fazer com que as pessoas assistam a esse vídeo e mesmo ao se chocarem com a realidade descrita no mesmo, ainda tenham a capacidade de dizer: "Ah... Isso é normal!" "É assim mesmo!" "Fazer o quê?”.


Priscila Morais

Serviço social e Educação


            O profissional de Serviço Social por possuir preparação técnica-metodológica diante das situações da questão social, reforça a importância deste serviço dentro das escolas atuando em uma equipe interdisciplinar, trabalhará não somente com base na política educacional do binômio educando e família. Como também no ramo dos direitos sociais, construção de um projeto político-pedagógico voltado para a ampliação e garantia de direitos. Além de ser um elo na mediação entre os programas de transferência de renda e complementares.
        Dentro desta realidade a necessidade de implementar o Serviço Social dentro das instituições de ensino público é tida como uma resposta para minimizar as tensões sociais, como uma importante intervenção junto aos alunos com ações sócio-educativas, palestras quanto aos seus direitos sociais, alternativas de êxito frente aos programas e projetos sociais oferecidos a crianças e adolescentes com perfil para tal. Além da decodificação e encaminhamentos a rede social das diversas demandas sociais, que atualmente é desconhecida da equipe escolar.
          A escola hoje, principalmente as públicas, contam com um público fragilizado, vivendo em péssimas condições de vida, sendo fruto da estrutura social vigente, dentro de um mundo globalizado e desigual refletido nas escolas públicas. Diante disso, é preciso estruturar a política educacional de forma ampla e holística frente às transformações sociais desafiadoras. Dentre essas necessidades de trabalho profissional, encontra-se a luta pela inserção do assistente social na esfera educacional de acordo com os Projetos de Lei (PL) nº 3.688 e nº 837 de 05 de julho de 2005.
A presença dos assistentes sociais nas escolas expressa uma tendência de compreensão da própria educação em uma dimensão mais integral, envolvendo ” os processos sócio-institucionais e as relações sociais, familiares e comunitárias que fundam uma educação cidadã, articuladora de diferentes dimensões da vida social como constitutivas de novas formas de sociabilidade humana, nas quais o acesso aos direitos sociais é crucial”.(ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira:2000)

Os problemas sociais não podem ser enfrentados como situações autônomas, sem relação com as causas estruturais que os produzem. Assegurar o direito à educação significa garantir o acesso e a permanência das crianças e adolescentes na escola, discussão que obrigatoriamente, atravessa temas da realidade social, política, econômica e cultural brasileira. É dentro dessa complexidade que devemos buscar cada vez mais a integração das políticas setoriais, o entrelaçamento de respostas ainda hoje muito segmentadas às necessidades sociais, para potencializar os resultados. (QUINTÃO, André)

           Conforme afirma Eleni de Melo Silva Lopes (2006) “Cabe salientar que a inserção do Serviço Social na educação contribuirá na garantia da democratização, do acesso do cidadão à educação, na qualidade do ensino e no desenvolvimento cultural do indivíduo. Instalando na escola sua função social na proteção de direitos a crianças e adolescentes conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente e trabalhando com as facetas da questão social dentro das escolas públicas”.
A práxis  profissional do Assistente Social não se limita a  necessidade focal, mas na dimensão holística desta necessidade. No caso da política de educação sua atuação dependerá da intersetorialidade das outras políticas de forma a garantir a participação cidadã em todos os processos ao acesso destes aos seus direitos sociais.
        A ação interdisciplinar requer construir uma prática que possa dialogar em todas as dimensões sociais, preparada no fortalecimento das redes de sociabilidade e de acesso aos serviços sociais e dos processos sócio-institucionais. E com a presença do assistente social nesta equipe, tem como proposta, a fundação de uma educação cidadã articulada às relações da vida social favorecendo a efetivação de uma política de educação digna, justa, acolhedora e acessível na defesa dos direitos sociais e humanos.


Santiane Godinho

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Brasil


           É de fato lamentável ver que uma organização como a OIT (Organização Internacional do Trabalho) considera pessoas “pobres” àquelas que possuem renda mensal de meio salário mínimo, como se um salário mínimo fosse muito e como se as pessoas que sobrevivem do mesmo já não fossem mais consideradas “pobres” e sim “classe média”. A seguinte matéria diz que: “é considerado pobre aquele cidadão que vive com metade de um salário” O cidadão que tem de alimentar sua família e a si mesmo, pagar suas contas e seus impostos, não tem condições de sobreviver com meio salário mínimo, essa condição ultrapassa o nível de pobreza de um individuo este já vive uma condição de miserabilidade, mas, claro! É preciso abolir essa nomenclatura “miséria” do vocabulário Brasileiro, pois o governo necessita prestar contas a ONU no documento que viabiliza os objetivos do milênio em (educação, sustentabilidade, saúde e etc.) segue um link mostrando por alto aquilo que é os Objetivos de Desenvolvimento do milênio http://www.voluntariosonline.org.br/noticia/654-O-que-sao-os-objetivos-para-o-milenio-?gclid=CM74-vH3pbECFQgHnQod2UWMdw.
           Mais uma vez o Brasil continua com suas medidas de governo focalistas e seletivas, investindo pouco no muito, não solucionando o problema, mas amenizando, no sentido de manter a ordem da sociedade e manter a mesma alienada em um jogo político de pertencimento de poder.
Priscila Morais


 Segue abaixo a matéria.


Fonte:Do UOL, em Brasília

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Absurdo!

A seguinte matéria divulgada na UOL é apenas mais uma amostra do estado no qual se encontra a saúde pública em nosso país. Seres humanos necessitando de atendimento médico, descaso, demora, falta de assistência e consequentemente mortes e mais mortes. E mais uma vez a pergunta é: quem pode solucionar? Será que essas pessoas que estão à espera de atendimento médico estão pedindo um favor aos médicos e aos hospitais para serem atendidas?
       
“Saúde não é apenas atendimento médico, saúde é assistência em diversas instancias. Saúde é necessidade humana básica. Saúde é um começo e um recomeço, é direito é prioridade!”
 

Priscila Morais


http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/07/18/pacientes-pagam-por-remedio-gratuito-e-ficam-em-macas-sem-lencois-em-hospitais-do-rn.htm

Fonte: Aliny Gama e Carlos Madeiro. Do UOL, em Natal



terça-feira, 17 de julho de 2012

Breve esclarecimento...


O Serviço social é hoje uma profissão de cunho contraditório, pois ao passo que tem que atender as necessidades de seus empregadores, tem que prioritariamente atender as necessidades humanas básicas dos indivíduos em situação de vulnerabilidade, sendo esse seu principal objetivo, seguindo conforme o comprometimento da profissão com um código de ética profissional e o projeto ético político da mesma com a classe trabalhadora.
Sabe-se que a profissão ficou estigmatizada como prática de caridade, ajuda ao próximo, benevolência e depois assistencialismo. Isso se deu por conta do surgimento do serviço social ligado a igreja católica e por isso fiel as tradições cristãs de boa conduta e moral da sociedade (o serviço social passa a assumir uma identidade atribuída) a principio atribuída à igreja, onde a caridade era exercida pelas freiras de diversas ordens, anos depois essa mesma identidade passou a ser administrada pelo Estado (periodo da ditadura militar).
No periodo de grande repressão provocado pela ditadura, o país passou por grandes transformações culturais, econômicas e sociais de modo que o Estado precisaria manter a ordem social, acalmar os ânimos e conflito gestados por aquele periodo. Eis que então surge o Serviço social, como proposta do Estado para conter a população revoltosa, nessa época o serviço social assume um caráter não mais caritativo, mas assistencialista, e na verdade o interesse do Estado ao institucionalizar o serviço social como profissão foi manter a sociedade sobe controle, sem manifestações que viessem a comprometer a ordem, dessa forma o Estado por meio do serviço social distribuía migalhas a população e essa se contentava com o pouco que recebiam e ainda acreditavam que era “bondade” do governo, mas essa bondade escondia interesses de um sistema cruel e doente.
Apesar da ditadura militar ter sido uma época de atraso em diversos aspectos para o Brasil, o serviço social teve um bom crescimento e evolução enquanto profissão, pois apesar de ser usado para atender aos interesses do estado ditatorial, não há como negar que a profissão adquiriu grande visibilidade e com isso houveram investimentos em cursos profissionalizantes em serviço social no campo da graduação e posteriormente na pós-graduação. Nesse periodo pós-ditadura e após algumas mudanças pela qual o país passou e junto com ele o serviço social, esse passou a ter acesso a teoria social de Karl Marx baseada em sua dialética e categorias teóricas que fizeram do serviço social uma profissão estritamente critica e comprometida com os direitos dos indivíduos acima de qualquer empregador como foi dito a cima. O serviço social passa a assumir uma identidade adquirira.
Então, o serviço social enquanto profissão após a sua institucionalização não é caridade, passou pelo assistencialismo, mas após ter tomado posse do pensamento marxiano é uma profissão comprometida com o direito dos indivíduos em suas mais diversas instancias. A caridade foi e é uma pratica isolada exercida por qualquer individuo que deseje ajudar ao próximo, sendo esse ou não cristão, ou seja, o que as freiras praticavam e praticam em dias atuais, não é “serviço social” pode ser chamado de ajuda, prática social, filantropia... Enfim, mas não de “serviço social”.

Priscila Morais