domingo, 18 de março de 2012

O SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR

A função universal do Serviço Social é a intervenção naquelas dificuldades sociais que impedem a sobrevivência dos indivíduos e nas que limitam sua capacidade de desenvolvimento bio-psico-social, sobre a base de elementos operacionais diferenciados: indivíduos, grupos ou comunidades.No ambiente hospitalar, essa intervenção é de vital importância, porque a situação básica que afeta os indivíduos que são atendidos é a recuperação da saúde.
O trabalho diário do assistente social pode ser desenvolvido em âmbitos muito diferentes, como por exemplo em um hospital. Como se pode imaginar, na instituição hospitalar confluem numerosas profissões diferentes. Algumas têm contato direto com o doente, como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, zeladores, etc. Outros, por sua vez, concentram-se na pesquisa, na gestão e na administração. Todos eles são necessários e fazem parte de uma grande máquina que trabalha com um objetivo comum: oferecer uma assistência sanitária de qualidade ao doente, bem como um atendimento e um tratamento adequados a este e seus familiares. É neste contexto no que se desenvolve o papel cotidiano.
O Serviço Social é um dos recursos com os quais contam os hospitais cujo âmbito de ação é o social. Quem não conhece o trabalho dos profissionais desta área se questionam com freqüência em que consiste e, se às vezes não resulta mais fácil explicar a própria atividade, ainda resultando mais difícil nestecaso, dado que se trata de um âmbito amplo e de uma tarefa pouco conhecida. Talvez por isso os assistentes sociais em numerosas ocasiões devem explicar em que consiste seu afazer.
Em geral, os indivíduos se dirigem ao hospital porque têm problemas de saúde. Algumas pessoas vão a consultas, mas outras são internadas. O papel do assistente social recai, principalmente, sobre estas últimas. Resulta fácil imaginar o que pressupõe uma situação assim. No mínimo, constitui uma mudança na vida diária do paciente e, obviamente, se o problema de saúde é grave, então há dor, preocupações, desejos, oportunidades, medos, esperanças, etc. Quando não se goza de boa saúde muda-se, põe-se às ordens de outros, o processo curativo está em mãos de outros. Alguns doentes convivem relativamente bem com este processo, mas outros não. No entanto, inclusive quando a cura não é possível, deve-se cuidar do paciente do melhor modo possível. Para isso, o material e as equipes dos hospitais devem funcionar perfeitamente, sempre escutando e tendo em conta ao paciente.
A sociedade conta com um sistema de bem-estar cujo objetivo é satisfazer as necessidades educacionais, sanitárias e de serviços sociais dos cidadãos, sendo que o Serviço Social hospitalar faz parte de tal sistema. Conquanto o âmbito de ação seja o sanitário, para executar seu trabalho, deve-se contar com serviços sociais e vice-versa. No trabalho, encontra-se com diferentes circunstâncias que surgem a partir de problemas sanitários, mas não se deve esquecer que as internações hospitalares são temporárias, ainda que em ocasiões suas conseqüências sejam definitivas.
É preciso ter em conta que a OMS, em sua definição de saúde, indica que é necessário entender o termo em seu sentido mais amplo, incluindo a saúde física, mental e social.
Normalmente, a atuação do assistente social na instituição hospitalar depende da iniciativa de um profissional que esteja diretamente ligado ao atendimento ao paciente. Cabe destacar que em algumas ocasiões são os próprios pacientes ou seus familiares os que buscam o serviço do assistente social. Depois de receber tal notificação, o profissional se reúne com o médico ou o enfermeiro correspondente e se solicita informação sobre quem é o paciente, qual é seu diagnóstico e seu prognóstico e quanto tempo deverá permanecer internado no hospital. Esses dados resultam imprescindíveis e marcarão o tempo que o assistente social possui para trabalhar com um paciente determinado, já que seu labor finaliza quando recebe a alta médica.
Como se pode observar, o trabalho social hospitalar está muito vinculado à alta médica, já que esta marca o prazo em que se deve esgotar todos os trâmites e recursos possíveis. Nos hospitais, com freqüência surgem "circunstâncias sociais adversas" que, em opinião de médicos e enfermeiras, justificam a intervenção do assistente social. Em cada caso, realizam-se uma valoração e um diagnóstico sociais baseados na análise das carências e as necessidades existentes, para depois passar à definição das ações que devem ser realizadas. Normalmente, depois deste processo se sabe que precisa um paciente determinado, que precisa sua família e daí se pode fazer a respeito.
As circunstâncias que podem ser encontradas nos hospitais são muito variadas. As vezes surgem situações novas como conseqüência de uma doença determinada. Nesses casos, a proposta é saber que fazer face ao futuro, como enfrentar a essa nova situação, com que meios e com que mediadores. Na maior parte das vezes é preciso modificar o modelo de funcionamento anterior para adaptar-se às novas circunstâncias. Em outras ocasiões, no entanto, as circunstâncias não são novas: até então resultaram úteis e se adaptaram à vida do paciente, mas a falta de saúde acentua as carências preexistentes e se exige uma reorganização das mesmas.
O trabalho dos assistentes sociais resulta imprescindível para levar adiante essa reorganização. Depois de realizar uma valoração e um diagnóstico social, remete-se o paciente a outros serviços e recursos. Atualmente, os recursos do sistema sanitário e dos serviços sociais podem dividir-se em três tipos:
· De âmbito sanitário: hospitais, centros de estadias intermediárias e centros sanitários de primeiro nível.
· Centros de âmbito sócio-sanitário.
· Recursos dos serviços sociais: serviço de assistência a domicílio, estadias temporárias e residenciais.
Portanto, o serviço social hospitalar tem muito a ver com a organização de tais recursos e resulta muito importante à hora de coordenar-se com o restante dos assistentes sociais. Assim mesmo, este profissional deve ser um referente para pacientes e familiares durante os atendimentos hospitalares, já que a doença pode modificar a perspectiva e a capacidade de enfrentar as dificuldades por parte do doente e seus familiares. Por essa razão, a tarefa consiste em contribuir um enfoque ativador e objetivo tanto aos profissionais sanitários como aos pacientes e a suas famílias, sem esquecer o papel do assistente social como vínculo entre o âmbito sanitário e o social.
Como indicado anteriormente, deve-se lembrar sempre que a situação das pessoas que enfrentam problemas de saúde não é habitual para elas nem para seus familiares. A notícia de que se sofre de uma doença costuma afetar a maioria das vezes aos indivíduos, que se encontram desprevenidos contra tal situação e costuma ter conseqüências em seu meio, em sua família, no trabalho, etc.
Na prática hospitalar, infere-se que em muitos casos os doentes perdem de alguma maneira sua função na sociedade porque tanto a sociedade como o sistema sanitário os situam em outro nível e lhes adjudicam outro status: o de enfermos. Parece, portanto, que ser pessoa e ser enfermo não são coisas que se encontrem ao mesmo nível.
Se o indivíduo é o eixo e o objetivo principal dos sistemas de bem-estar, quem trabalha neste âmbito deve aliar esforços para avançar tanto no setor sanitário como no social. Deve-se unir esforços para satisfazer as necessidades do indivíduo em seu conjunto e, ao mesmo tempo, fomentar a gestão eficaz que a sociedade está demandando.
Para isso, é necessário elaborar políticas baseadas no consenso e gerar espaços comuns entre as diferentes instituições, sistemas e âmbitos. Tudo isso resulta imprescindível para dar uma resposta adequada aos desafios enfrentados atualmente e para oferecer o melhor sistema possível a quem hoje necessite.

http://www.monografiaac.com.br/servicosocial/assistente-social-hospital.html

Leitura complementar sobre o tema em questão: http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-7.pdf

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